domingo, 19 de abril de 2009

Resumo.

"Pensa que eu não entendo? O inútil sonho de ser. Não parecer, mas ser. Estar alerta em todos os momentos. A luta: o que você é com os outros e o que você realmente é. Um sentimento de vertigem e a constante fome de finalmente ser exposta. Ser vista por dentro, cortada até mesmo eliminada. Cada tom de voz, uma mentira, cada gesto, falso, cada sorriso, uma careta. Cometer suicídio? Nem pensar. Você não faz coisas desse gênero. Mas pode se recusar a se mover e ficar em silêncio. Então, pelo menos, não está mentindo. Você pode se fechar, se fechar para o mundo. Então não tem que interpretar papéis, fazer caras, gestos falsos. Acreditaria que sim... mas a realidade é diabólica. Seu esconderijo não é à prova d’água. A vida engana em todos os aspectos. Você é forçada a reagir. Ninguém pergunta se é real ou não... se é sincera ou mentirosa. Isso só é importante no teatro, talvez nem nele. Entendo porque não fala, não se movimenta. Sua apatia se tornou um papel fantástico. Entendo e admiro você. Acho que deveria representar este papel até o fim até que não seja mais interessante. Então pode esquecer como esquece seus papéis."

Nenhum comentário: